Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE) detalha que a exigência de visto é uma resposta à ausência de tratamento equivalente destes países
Cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália voltarão a precisar de visto para entrar no Brasil. A medida, que entra em vigor nesta quinta-feira (10), foi determinada por um decreto presidencial e retoma a política tradicional de reciprocidade diplomática, encerrando a isenção unilateral em vigor desde 2019.
Segundo matéria do InfoMoney, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) detalha que a exigência de visto é uma resposta à ausência de tratamento equivalente destes países, que continuam cobrando o documento dos turistas brasileiros.
“O Brasil não concede isenção unilateral de vistos de visita. Continuamos negociando acordos de isenção com base na reciprocidade, assim como já acontece com a União Europeia”, informou o Itamaraty em nota.
A decisão encerra a política implementada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que dispensou a exigência de visto para estes países sem uma contrapartida diplomática. Em entrevista recente, o ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou que tratativas com as três nações visando viabilizar uma isenção mútua ainda estão em andamento.
Embora a exigência de visto tenha sido retomada, o processo de solicitação para estrangeiros será simplificado. A emissão do visto será realizada de forma totalmente digital, sem a necessidade de entrevistas presenciais ou comprovação de renda. O custo será de R$ 479, com validade de até 90 dias por visita.
Impacto sobre o turismo
De acordo com dados da Embratur, os Estados Unidos foi o segundo país de origem de turistas que visitaram o Brasil em 2024, com 728.537 visitantes — o maior número desde o início da série histórica, em 1990, ficando atrás apenas da Argentina. O Canadá enviou 96.540 turistas, o maior número em quase 30 anos, enquanto a Austrália registrou 52.888 visitantes no ano passado.
Mesmo com o fim da isenção, a avaliação do governo é de que o momento para retomada da exigência de visto é politicamente favorável. Embora a decisão não esteja diretamente relacionada com as tarifas impostas recentemente pelo presidente americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, interlocutores do Planalto admitem que o novo contexto pode ajudar a reduzir as resistências à medida.